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Voltar Peça “Para Meu Amigo Branco” sintetiza questões relacionadas ao racismo

Apresentação foi a última ação do curso de letramento racial promovido pelo TST

Fotografia dos atores contracenando a peça "Para Meu Amigo Branco". Uma mulher negra, cabelo crespo e uma macacão na cor marrom, e ao seu lado um homem negro, com barba vestindo um casaco na cor marrom. Em segundo foco, desfocado, o cenário de uma sala de aula.

23/11/2023 - O Tribunal Superior do Trabalho foi o palco, nesta terça-feira (21), da peça teatral “Para Meu Amigo Branco”, seguida de mesa-redonda com o elenco para discutir sobre racismo. Na produção, atores encenam pais e professores que discutem o caso fictício da menina Zuri, de oito anos, chamada de “negra fedorenta” por um colega branco da escola. A iniciativa visa conscientizar e fortalecer o combate a atitudes racistas na sociedade.

A trama revela as contradições e a falta de posicionamento da escola, que dão o tom do conflito entre o pai negro e o pai branco e trazem à tona as primeiras construções sociais racistas.

Denúncia

Na mesa-redonda, o diretor e roteirista da peça, Rodrigo França, destacou a importância do poder de denunciar o racismo. Segundo ele, a denúncia de uma pessoa branca tem peso dez vezes maior do que a de uma pessoa negra. “Então, que essa pessoa branca, que se diz aliada, que está na luta antirracista, seja uma fiscalizadora de qualquer ato racista”, propôs. “Esses atos estão no banco, no supermercado, dentro da escola. Com isso, o peso será menor para as pessoas negras, que estão lutando 24 horas por dia”. 

imagem da mesa-redonda com os integrantes da peça e do tst

Professores

A atriz Mery Delmond, também roteirista da peça, interpretou a professora Valéria, mulher negra, e ressaltou a necessidade de professores capacitados para lidar com o racismo nas escolas. “É fundamental ensinar a cultura afro-brasileira nas escolas, trazendo aspectos positivos sobre o continente africano, para que possamos trabalhar a percepção do negro e da negra no Brasil como traços positivos”, destacou. Para a roteirista, quem está nos espaços de decisão precisa contratar pessoas capacitadas para reverberar e promover a mudança na estrutura racista que existe atualmente no Brasil. 

Letramento racial

A peça e a mesa-redonda marcaram o encerramento do curso “Letramento Racial: Reeducar para construir”, promovido entre agosto e novembro deste ano pelo Centro de Formação de Assessores e Servidores do TST (Cefast), em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat). A ação trouxe ao TST palestrantes negros para debater temas como colonialismo, saúde mental, mercado de trabalho, sistema de justiça, mídias, religião e ações afirmativas. 

(Nathália Valente/CF)

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