Gente que Inspira - Mulheres na Constituinte
Gente é uma natureza que carrega em si a força criadora capaz de movimentar ideias para transformar. Gente que transforma inspira.
O Gente que Inspira é uma iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho para valorizar a pluralidade cultural e a diversidade humana a partir de trajetórias, vivências e experiências de pessoas que contribuem para promover uma sociedade mais justa e inclusiva.
Diferentes ações temáticas são contempladas, com o objetivo de ampliar a divulgação de experiências de vida e de atuações que estão gerando impacto social. Assim, o TST quer contribuir para dar mais visibilidade a essas pessoas, suas histórias e seu trabalho, pois isso pode multiplicar ideias e conexões, além de reforçar o compromisso da Justiça do Trabalho com a construção de uma sociedade melhor. Ao colocar luz sobre gente que inspira, esperamos que essa inspiração reverbere e gere novos frutos.
Gente que transforma inspira. E quem vê na inspiração oportunidade pode gerar ainda mais transformação.
Homenageará quatro mulheres que se mobilizaram na luta contra o racismo e o sexismo durante o processo constituinte e que tiveram grande contribuição para a defesa da igualdade de gênero, atuando para assegurar às mulheres que diversos direitos fundamentais integrassem a Constituição Federal promulgada em 1988.
A homenagem ocorrerá no dia 5 de março, a partir das 17h15, como parte da programação do Seminário Violências de Gênero e Trabalho, que será realizado no auditório Ministro Mozart Russomano, na sede do TST.
Saiba mais e inscreva-se
AMELINHA TELESMais conhecida como Amelinha, Maria Amélia de Almeida Teles é uma feminista e militante política. A mineira, nascida em Contagem, se destacou na luta pelos direitos das mulheres e por sua contribuição para a defesa da igualdade de gênero. Atuou em prol de liberdades políticas e dos direitos humanos - em especial das mulheres - e em defesa de uma assembleia constituinte livre e soberana. No processo de redemocratização do Brasil, participou ativamente da preparação e da realização do Congresso Constituinte (1986-1988). Foi coordenadora da Comissão “Mulher e Constituinte” do Conselho Estadual da Condição Feminina (CECF) e integrante da Coordenação Estadual dos Movimentos de Mulheres e Feministas. Escritora e autora de diversos livros sobre feminismo e direitos humanos, atualmente Amelinha é diretora da União de Mulheres de São Paulo e uma das coordenadoras do Projeto Promotoras Legais Populares (educação popular feminista em direitos). Foi assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva e integra a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Amelinha foi uma das fundadoras do Grupo Tortura Nunca Mais e da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e teve um papel fundamental na denúncia e na resistência contra as violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar, buscando justiça para os casos de tortura, morte e desaparecimento forçado. |
||
LÍDICE DA MATANascida em Cachoeira (BA) em 1956, a atual deputada federal Lídice da Mata tem reconhecida trajetória na vida política e na defesa de direitos humanos, igualdade de gênero, educação, cultura e justiça social. Em 1982, foi eleita vereadora de Salvador. Quatro anos mais tarde, deixou a Câmara Municipal para ser uma das representantes da Bahia na Assembleia Nacional Constituinte. Como deputada federal constituinte, Lídice da Mata foi uma das integrantes da chamada “Bancada do Batom”, formada por apenas 26 mulheres que participaram ativamente na elaboração e na aprovação de leis de garantias dos direitos das mulheres. Nesse período, foi responsável pela apresentação de 196 emendas à nova Constituição Brasileira, tendo 31 aprovadas. Pela primeira vez, vários direitos foram conquistados pelas mulheres na Constituição brasileira, como aposentadoria, férias e licença-maternidade, frutos da participação feminina na elaboração do texto constitucional. Atualmente, Lídice é a única mulher com mandato no Senado pela Bahia. |
||
JACQUELINE PITANGUYDe família mineira, a socióloga Jacqueline Pitanguy nasceu no Rio de Janeiro. A ativista é conhecida por seu trabalho em defesa dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero. Em 1990, fundou a ONG Cepia (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), que atua no marco dos direitos humanos e com perspectiva de gênero. Desde então, é coordenadora executiva da entidade. Entre 1986 e 1989, durante o processo constituinte, Jacqueline presidiu o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) e foi uma das protagonistas na inscrição dos direitos das mulheres na Constituição brasileira. Como uma voz importante na luta pelos direitos das mulheres no Brasil e no mundo, integrou ainda a Comissão Nacional de População e Desenvolvimento e o Grupo de Assessoria da ONU Mulheres. Atualmente, é pesquisadora colaboradora do Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Democracia e Memória do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA). Faz parte do Conselho Consultivo da Brazil Foundation, da Assembleia de Associados da Action Aid/Brasil e é co-fundadora da Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR). | ||
LÉLIA GONZALES (homenagem póstuma)Nascida em fevereiro de 1935 em Belo Horizonte (MG), Lélia de Almeida Gonzalez faleceu em julho de 1994, aos 54 anos, no Rio de Janeiro, vítima de infarto. Seu legado, no entanto, repercute até os dias atuais. Sua atuação foi elementar na luta contra o racismo, o sexismo e outras formas de discriminação no Brasil. Professora, antropóloga, filósofa, feminista e militante antirracista, Lélia, uma das precursoras do feminismo negro no Brasil, tinha formação em geografia, história e filosofia, estudou psicanálise e se pós-graduou em antropologia. Ajudou a fundar o Movimento Negro Unificado em 1978 e o Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN), além de ser uma das responsáveis pela volta do movimento negro no Brasil, que havia sido reprimido pela ditadura. Durante o processo constituinte (1986-1989), colaborou com deputados negros e foi uma das integrantes do primeiro Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres. Lélia Gonzalez participou ainda de diversos encontros feministas e de mulheres negras no Brasil e no mundo, muitos promovidos pelas Nações Unidas. Durante sua atuação, foi contrária à natureza classista e racista do feminismo hegemônico, buscando um olhar mais atento às demandas e às especificidades das afrodescendentes, muitas vezes negligenciadas. A professora participou da organização de três livros: “Lugar de negro” e “O lugar da mulher”, publicados em 1982, e “Festas populares no Brasil”, lançado em 1987 e premiado na Alemanha. Vários dos seus artigos foram traduzidos para o inglês, o francês e o espanhol. |
Conteúdo de Responsabilidade da SEGP - Secretaria Geral da Presidência
Email: secretariagp@tst.jus.br
Telefone: (61) 3043-4300